top of page

ATERRO DO FLAMENGO

Idealização de Lota de Macedo Soares. Projeto de Affonso Eduardo Reidy. Paisagismo de Roberto Burle Marx

Localizado na região sudeste do Brasil, o Rio de Janeiro foi palco de grandes projetos de urbanismo desenvolvidos no país. O Aterro do Flamengo faz parte de uma série de projetos que foram desenvolvidos pela escola carioca de Arquitetura e Urbanismo, em meados do século XX. 

Idealizado por Lota de Affonso Soares, uma arquiteta e urbanista autodidata, a convite de Carlos Lacerda, então prefeito da cidade do Rio de Janeiro, o Aterro do flamengo fez parte de um plano urbanístico que previa, dentre outras coisas, proporcionar um acesso facilitado da população a um parque urbano no litoral além de evitar que a especulação imobiliária avançasse cada vez mais com as grandes edificações para a zona de beira mar. 

O projeto urbanístico do aterro do flamengo foi desenvolvido por Affonso Eduardo Reidy que, com traçado paisagístico de Roberto Burle Marx, desenhou 2 parques que se dividem por uma importante via expressa municipal que chegava até o Aeroporto da cidade.

1.jpg
Imagem 1
aterro do flamengo modificado2.jpg

O projeto do Aterro do Flamengo se desenvolve em uma área nobre do Rio de Janeiro, desde o Aeroporto Santos Dumont ate a enseada de Botafogo. Ao lado temos. A partir da imagem acima, pode-se denotar o parque como um grande linha orgânica que protege a orla do Flamengo do feroz avanço imobiliário. 

 

O projeto é fruto de uma vontade de Lota Macedo de trazer uma nova perspectiva à antiga capital federal e foi encabeçado por nomes renomados como Burle Marx, Affonso Reidy, Sergio Rodrigues, Magú Costa.

Conceito geral da proposta
Captura de tela 2023-10-08 224827.png
Imagem 2
1.jpg
Imagem 3
Contexto técnico, histórico e geográfico

Inaugurado em 1962, o Aterro do Flamengo é um importante marco no urbanismo da cidade do Rio de Janeiro e do Brasil. Não só pelas condições de qualidade de vida e melhorias de tráfego viário necessárias para a região localizada nas imediações do único aeroporto existente e com enseadas e passeios escassos, mas também pela magnitude da intervenção realizada nos seus 12ha de área ocupada.

O projeto do parque do flamengo foi idealizado em uma época onde a transferência de capital do país para o Centro Oeste gerou a necessidade de reconhecimento e desenvolvimento da cidade como patrimônio histórico. 

O movimento modernista, aqui representado pelos arquitetos Affonso Reidy e Burle Marx, à época defendia a implantação de espaços de lazer em detrimento do avanço imobiliário nas regiões de beira mar. Entretanto, para que o projeto do aterro do flamengo fosse executado seria necessária uma série de demolições de áreas de grande concentração demográfica de baixa renda, portanto, 3 morros, favelas, deveriam ser "demolidos" para dar lugar ao parque que atenderia imediatamente uma parte da população.

O Aterro foi desenvolvido com traçado com capacidade de abranger elementos construtivos já existentes, como o Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, o Museu Carmem Miranda, além de apresentar novos elementos de lazer, equipamentos públicos, vias e passeios que priorizavam o pedestre.

Imagem 2: disponível em https://pt.slideshare.net/mmnishimori/apresentao-de-projeto-aterro-do-flamengo
Imagem 3: disponível em https://pt.wikipedia.org/wiki/Aterro_do_Flamengo
Partido urbanístico
FOTO POLAROID_CAMINHO+PASSARELAS+ÁRVORES.png

Conhecidamente, a escola modernista de urbanismo tem como premissa a priorização humana em detrimento da viária além do aproveitamento topográfico para estabelecimento das intervenções urbanísticas. Nesse contexto, Affonso Reidy e Burle Marx, desenvolveram o projeto do Aterro do flamengo de modo que a articulação viária,  imprescindível para a mobilidade urbana de uma cidade de relevo acidentado e em constante crescimento, tivesse fluxo completamente dissociado da articulação dos passeios e atividades de lazer.

A localização do parque em área de beira mar e sua constituição artificial permitiu que o projeto de uma autopista fosse emoldurado por uma grande quantidade de passeios de extrema qualidade paisagística que, percorrem todo o Aterro. É como se o parque repousasse sobre uma terra que ja estava ali, sem interrupções ou grandes obstáculos para que o pedestre utilize o espaço em sua completude.

São três grandes espaços distintos mas que estão diretamente relacionados pela facilidade de interseção entre eles: a faixa de areia, o parque e a área urbana.

Os elementos construtivos facilitadores do partido serão discriminados a seguir.

Imagem 4 editada
Imagem 4 editada: disponível em https://br.pinterest.com/pin/520376931916028977/
FOTO MAM EDITADA.jpg
FOTO CORETO EDITADA.png
Imagem 6 editada: disponível em https://www.wikirio.com.br/Coreto_Modernista
Elementos projetuais e construtivos
FOTO POLAROID_CAMINHO BURLE MARX.png
Imagem 7 editada

O traçado urbano de Burle Marx é, talvez, a característica mais marcante de um dos maiores nomes do paisagismo brasileiro. As formas orgânicas dos passeios e o estabelecimento de múltiplas atividades no decorrer dos parques projetados por ele tem um importante papel na ocupação dos espaços de forma orgânica.

No Aterro do Flamengo podemos verificar a presença de importantes áreas direcionadas aos esportes e as atividades de lazer como dança, brinquedoteca, teatro, música, entre outros que ocupa as áreas de caminhada e contemplação do parque de modo que os pedestres estejam sempre envolvidos com essas atividades.

A utilização da topografia a fim de diminuir os obstáculos entre o urbano e o lazer também esta presente no traçado.

A escolha pelas passarelas distribuídas por todo o percurso do Aterro fez parte da necessidade expansão dos passeios, de adaptação do partido do projeto à topografia. Já a escolha dos postes de iluminação foram importantes para de liberação de espaço. Trata-se de elementos de quase 50 metros de altura que iluminam uma grande faixa de projeto. Utilizou, portanto, iluminação de vasto alcance e número reduzido de postes uma vez que poucas unidades cumpriam as demandas de iluminação dos espaços proporcionando melhoria na fluidez dos passeios. 

A garantia de acesso aos equipamentos públicos existentes e à enseada era premissa do projeto e para isso uma série de passarelas foram desenhadas e adaptadas à topografia.

A expectativa era de que as grandes vias que cruzavam todo o percurso do Aterro do Flamengo fossem coadjuvantes e não interferissem nos acessos da população a nenhuma área do parque.

Ora subterrâneas ora aéreas, as passarelas marcam estética e funcionalmente os espaços.

Imagem 9 editada
Imagem 8 editada
Traçado
Iluminação e passeios
Passarelas
Corte
962ce097fcb937332c8ee68d3357504d.jpg

O corte apresentado foi feito na região de maior demanda de atividades do parque, entre a Marina da Glória e os campos de futebol. Essa região também apresenta passarelas em menores distâncias entre elas. 

CORTE URBANO COM COTAS  (1).png
bottom of page